Cristianismo não é o que você pensa



Sei que estou polemizando logo no título. Faz parte. Ao longo do texto, me explicarei. Talvez faça sentido para alguns e, talvez, muitos concordem ao final. Veremos...

Começo relacionando o cristianismo que mencionei, àquilo que é proclamado em cultos, missas e etc. O cristianismo dos adoradores do Jesus da Califórnia (aquele loirinho e de olho azul) e daqueles que se dizem conservadores. O cristianismo dolorosamente apropriado pela trupe bolsonarista, que usa e abusa ridiculamente desse termo.

Então, quando digo que o cristianismo não é o que você pensa, o "você" da frase é para uma parcela bem definida.

Jesus, para início de conversa, não era cristão. Jesus não veio para ficar enfiado dentro de um templo, exaltando Deus aos berros. Jesus veio para mexer com as bases políticas, religiosas e sociais da época. Veio para mostrar algo muito além do que aquilo que lhe é atribuído. Aliás, tristemente fazem muita merda em nome dele.

Jesus não era NADA conservador. Jesus andava, cuidava e se dedicava àqueles que eram vistos como o lixo da sociedade. Jesus não lambia a elite, não aceitava autoritarismo e expunha as hipocrisias dos líderes religiosos.

Jesus nunca se colocou acima de ninguém. Nunca se vangloriou de ser quem era. Nunca se vestiu com ouro e tecidos finos. Nunca quis banquetes e milhares de pessoas o admirando. Jesus era humildade. Ele lavou os pés dos seus seguidores. Ele sempre viveu pelos outros.

Jesus não era a favor de armas. Jesus era a favor de amar. Lembrem-se do episódio da prisão dele. Pedro sacou a espada e foi logo repreendido.

Jesus não mentia. Fake news não faziam parte da vida dele.

Jesus não se aproveitava de ninguém. Muito pelo contrário, ele defendia os que eram massacrados pelos poderosos. Jesus era honesto. Jesus falava sobre dignidade. Jesus não vendia vaga no céu e não consigo imaginar Jesus vendendo feijão mágico anti-Covid.

Jesus era contra o acúmulo de bens materiais. "Vende tudo o que tem, reparte com os pobres e segue-me". Jesus vivia pela partilha. Entenda: não são os pobres e fiéis que devem compartilhar seus bens com as igrejas e seus poderosos (ricos e hipócritas) líderes. Aqueles que mais têm, são os que devem compartilhar com os pobres. 

Jesus foi preso, torturado e morto, por se voltar contra os sistema, contra o preconceito, contra a desigualdade, contra a desonestidade, contra os poderosos. Viesse nos dias atuais, Jesus seria perseguido pela ditadura, seria perigoso para as milícias e atacado pelos "conservadores". "Onde já se viu se aproximar de uma prostituta?", diriam eles. 

Jesus era a união. Jesus não fazia diferença. Jesus nunca excluiria ninguém. Até parece que , lá de cima, Jesus tem os escolhidos dele. Que os fofinhos da religião "x" são os únicos que entrarão no reino dos céus. Filhão, se você pensa assim, você está mais próximo de não entrar do que aqueles que você exclui. Mas, nem você, Jesus deixaria de fora.

Jesus era amor. O puro amor.

Jesus é FODA!

Jesus é a antítese do que muitos pregam hoje em dia. 
Jesus é a antítese do conservadorismo.
Jesus é, em tudo, a antítese do Bolsonarismo.

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